Erros Cometidos

22 de jun. de 2022

Tempo de leitura: aprox. 18min

“Errar é aprender”

Ou então “é errando que se aprende”. São frases que a gente ouve quando comete um erro. Às vezes a gente comete um erro e essas frases vêm à mente. É claro, dependendo do contexto elas são válidas e importantes. Em alguns contextos elas acabam causando perdas, mas em outros é tranquilo.

Eu já errei muito. Aliás, eu acho que “muito” é uma palavra muito fraca para descrever o quanto já errei. Uma palavra errada, um olhar estranho, um movimento em falso… A lista de erros é gigantesca e eu nem conseguiria escrever em pouco tempo o tanto de erros que eu já cometi.

E a lista de tipos de erros também é grande. Erros em amizades, em romances, no trabalho, na saúde, na alimentação… Novamente, se eu fizesse uma lista provavelmente eu preencheria um caderno inteiro. E não um caderno qualquer: um caderno grande de 300 páginas.

Pelas experiências da minha vida, eu posso dizer que eu sei o que um erro pode causar. Eu sei as perdas que errar pode ocasionar. Eu errei. Muitas vezes. Muitas vezes tive que pedir perdão. Muitas vezes tive que aceitar perder aquilo que eu queria muito por erros.

Com algumas experiências da minha vida e com coisas que já li e já aprendi, gostaria de compartilhar algumas coisas sobre os erros – e trazer à tona a possibilidade de errarmos menos para termos melhores resultados nas nossas vidas.

Erro com família

Eu poderia escrever um livro com todos os erros que eu já cometi com minha família. E eu gastaria um bom tempo só vendo como eu iria organizar os tópicos – separo por período da vida, por motivo de erro ou até por membro da minha família (são apenas 6 membros da minha família!). Mas eu posso pegar duas situações pra mostrar meus erros com minha família.

O brinquedo no telhado

A primeira situação foi um dia em que eu deixei de ser grato a meus irmãos por terem me ajudado a pegar um brinquedo que eu tinha perdido no telhado da garagem de casa. Eu lembro claramente de dizer que eu queria pegar o brinquedo por minha própria conta. Não era por orgulho, apenas por aprendizado. Eu queria ter condições de fazer aquilo por conta própria. Meus irmãos, com a melhor das intenções, decidiram me ajudar a pegar o brinquedo.

Quando eles entregaram o brinquedo na minha mão com entusiasmo, eu lembro de ter falado com grosseria para eles “eu queria ter pego”. Eles mudaram a feição de alegria para tristeza e raiva. Foi decepcionante para eles ouvirem alguém que recebeu ajuda ser tão ingrato. Com a reação dos meus irmãos, eu mudei minha percepção de “ser independente”. Que isso é muito mais sobre ter condições de ajudar os outros do que não precisar de ajuda. Fora que ali o texto de Efésios 1:16 é o que mais se encaixa:

não deixo de dar graças por vocês, mencionando-os em minhas orações.

Ser grato por ter pessoas que tiram parte do seu tempo para ajudar, mesmo você sendo orgulhoso – sem querer. Meus irmãos não só me ajudaram a pegar o brinquedo, me ajudaram a ser uma pessoa mais humilde. E isto apenas demonstrando frustração por terem me visto ser completamente ingrato pela boa ação deles.

O namoro escondido escancarado

Na minha adolescência eu conheci o que é paixão correspondida. Digamos que minhas experiências com meninas até então não foram muito agradáveis – por exemplo: gostei de uma menina cujo apelido era Shrek (ela não era tão feia assim, mas o nariz dela era meio grande) e até ela achava que era demais para mim – e sempre foram bem humilhantes. Até que conheci uma menina na adolescência que, ao ouvir de mim “eu gosto de você” respondeu com “eu também”.

É claro que eu, ingênuo e incrédulo que um dia alguém poderia a gostar de mim, respondi “que bom que você gosta de você mesma”. Ela respondeu “não, eu gosto de você”. E eu considerei que era um gosto como amigo. Então ela confirmou que não era um gosto de apenas amizade. Eu fiquei completamente sem saber o que fazer.

Logo pensei: “Bom, tenho que pedi-la em namoro. Mas não posso porque meus pais não permitem”. Então eu inventei mil teorias para provar que meus pais estavam errados ao não permitirem que eu não namorasse na época. Algumas delas eu mencionei para a menina. E para o pai dela, que se convenceu a permitir que namorássemos.

Namorei escondido. Mas eu era tão bom em namorar escondido que eu a beijava na frente dos meus pais. E não era na frente dos meus pais tipo 10m de distância: era com eles a 2m de distância mesmo. Era um namoro escondido escancarado. E eu gostava.

Um dia eu decidi dar um presente de aniversário para ela. “O que eu poderia dar?”, pensei. Nada melhor do que dar uma Bíblia para mostrar que nosso relacionamento estava baseado na Palavra. Porém é nessa mesma Bíblia que está escrito (também em Efésios):

Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.1

Então um dia Deus simplesmente me incomoda. Na madrugada daquele dia, coloco-me em oração diante de Deus e apenas ouço “termine com ela”. Terminar com uma mulher que eu já planejei casamento? Tudo bem que seria em 10 anos de namoro, mas estava planejado! Deus confirmou que o término seria a solução correta para o buraco que eu tinha me enfiado.

E sim, inicialmente eu achei que era pra dar um tempo. Porém Deus queria me ensinar a perder por errar. E também queria que a menina se relacionasse com outro cara. E também não queria que eu fosse o marido dela. E dá pra adicionar nessa lista de motivos de Deus para eu terminar que seria humilhante para a menina aceitar namorar um cara que errou tanto ao convencê-la de que o namoro não tinha nada de errado apesar de não ser aprovado pelos pais desse garoto imbecil.

O erro me corroeu. Inclusive, por eu ter convencido a menina de que estava tudo certo diante de Deus a gente namorar, eu sofri muito por um ano. Foi talvez o ano mais torturante da minha vida, pois foi o ano em que eu tive que lidar com o fato de que eu usei meus sentimentos como argumento para afirmar o que seria a vontade de Deus. E então eu entendi por que meus pais não queriam que eu namorasse na época.

Meus pais me perdoaram. E inclusive mantiveram a confiança em mim, por mais incrível que pareça. Talvez porque meu namoro escondido era escancarado, mas enfim… O amor dos meus pais por mim naquela ocasião em que eu estava muito errado ficou muito evidente. O erro me ensinou que meus pais me amam. E me ensinou que ferir meus pais é ferir ao próprio Deus.

Erro com amigos

Eu tenho amigos muito especiais. E na realidade esta modalidade de erros pode ser uma modalidade em que outras categorias de erro aparecem, mas eu quero manter principalmente como erros em que não há outro tipo de sentimento envolvido – como interesse romântico. Neste caso há três situações que eu gostaria de compartilhar.

Quem você chamou de vaca?

Se tem uma coisa que eu não me orgulho nem um pouco de fazer é xingar outras pessoas. A pessoa pode merecer, mas meu xingamento sempre é um xingamento respeitoso e com lógica. Chamo a pessoa de incompetente se ela é incompetente, não preciso dizer que ela é uma “idiota” ou até outros tipos de xingamentos. Não, o xingamento precisa ser correto. Afinal, Jesus diz que uma ofensa gratuita é comparável ao assassinato2. E infelizmente eu vacilei com uma amiga minha nisso.

O contexto é o colégio. Conversamos com todo mundo, meninos e meninas. Um dia os meninos se reúnem em uma casa para passar o tempo e desenvolverem a amizade. Então o amigo mais próximo das meninas começa a simplesmente falar mal delas. E não é falar mal tipo “não gosto do cabelo dela”. É falar mal.

Todos os meninos começaram a se afastar dele. Afinal, apesar de não termos tanta afinidade com as meninas, a gente tenta respeitá-las. E desrespeitar a honra delas como mulheres não era uma atitude aceitável para nenhum dos meninos exceto a criatura que era, ironicamente, melhor amigo delas.

E no início, ainda éramos felizes porque apenas evitávamos a criatura incômoda. No entanto, com o tempo, as diferenças entre meninos e meninas começaram a ficar mais gritantes, e a criatura criou cada vez mais ofensiva ao ponto de separar meninos e meninas.

Nesse meio tempo, eu tinha uma amiga que eu prezava muito. Porém essa amiga fez amizade com a tal criatura, e isso me incomodou. Aos poucos, fui pegando tanta raiva da amizade dela com a criatura – e um certo ciúme – que eu a xinguei. Eu a chamei de “vaca”.

Eu lembro do dia em que eu fui pedir perdão. Eu não conseguia segurar o choro. Eu não conseguia pensar em outra coisa senão em voltar no tempo e nunca ter feito aquilo. Eu magoei uma amiga por motivos imbecis. Eu não segui o conselho divino de falar apenas o que for bom para a edificação. Eu feri uma amiga. E eu queria morrer por causa disso.

Crime de pensamento

Faculdade. Muitas situações para se lidar. Uma menina queria mudar de sala. Eu não conseguia porque estava na mesma sala que ela. Então a melhor amiga dela – que também era minha amiga – poderia trocar de sala com ela.

Ela não trocou. Eu fiquei de cara. “Como a melhor amiga da menina não troca de sala com ela?” Pensei que ela teria sido egoísta e cruel. Afinal, a melhor amiga dela queria trocar de sala. Depois eu parei pra pensar e talvez um dos motivos para ela trocar de sala seria pra ficar com a melhor amiga… Ou pra se livrar de mim (sim, tivemos uma situação conturbada, mas isto é história para outro texto).

Com isto, foi crescendo minha mágoa contra ela. Ela não podia ser amiga. Ela era egoísta. Não pensava na melhor amiga e na vontade da melhor amiga em trocar de sala. Ela não prestava como amiga. Não valia nada como amiga.

Ironicamente, este erro meu foi um erro de pensamento. Fiz um ou outro comentário sobre essa situação com outras pessoas, mas sempre mantive num contexto respeitoso. Ao invés de acusá-la de ser uma péssima amiga, eu simplesmente dizia “poxa, eu não entendi por que ela não trocou de lugar com a amiga dela!”. E sim, eu cuidava das palavras pra evitar colocá-la como uma pessoa cruel. Mas na minha cabeça ela era egoísta e não valia como amiga.

A corrosão chegou. Com o tempo, percebi que eu estava criando inimizade com ela por causa de uma situação que eu nem sabia o motivo. E nesse caso eu fiz algo inesperado até para mim até o momento: ao invés de só perguntar por que ela não teria mudado de sala, eu pedi perdão pelo que eu pensei sobre ela. Eu me aproximei dela e disse “peço perdão porque achei que você era uma péssima amiga para [nome da amiga] por não ter mudado de sala com ela”. Ela me respondeu com um sorriso dizendo “Claro, fica tranquilo! Na realidade eu não mudei de sala com ela porque [motivo de trocar de sala]”. Imagino que a resposta dela tenha sido tranquila porque apesar de eu ter errado na forma como pensei sobre ela, eu acertei em pedir perdão antes que esse pensamento se tornasse algo pior.

É interessante ver nas Escrituras como o pensamento é a fonte da maioria dos pecados. Moisés pecou ao bater na rocha porque pensou que Deus não o estava ajudando com o povo. Saul tentou matar Davi porque achou que Davi estava conspirando contra ele. A comunicação ajuda a evitar esse tipo de erro. E evitar pensar essas coisas também.

Erro romântico

Vamos combinar: talvez você passou os outros tipos de erros pra chegar neste aqui. Afinal, gostamos de ótimas histórias românticas – e histórias de erros românticos também. Por algum motivo parece que a gente entende melhor sobre relacionamentos quando pensamos nessa área. Quer dizer, eu sei que não é necessariamente assim, mas pelo fato de muitas vezes sermos carentes e burros quando se trata de romance é uma das áreas em que a gente mais se machuca – e mais tenta ver por que a gente se machuca.

Se foi o fato de eu usar “amassos” como expressão para dizer que queria ter mais proximidade física com uma menina – que expressão maldita! – ou ter ignorado o fato de uma menina gostar de mim por dois anos, acredito que aqui vai ter muito interesse da sua parte! Enfim, vamos a alguns erros que cometi com mulheres durante minha vida.

O namoro escondido escancarado: o retorno

Quem melhor para dizer que errei do que minha ex-namorada? Como mencionei aqui , eu praticamente fiz um malabarismo lógico para convencê-la a me namorar mesmo sem a aprovação de meus pais. Não que meus pais não quisessem que a gente namorasse – aliás, minha mãe teve a brilhante ideia de falar diante de toda a família dela que ela gostaria que houvesse casamento entre as famílias. Depois de eu ter terminado com ela. E ela estar namorando outro cara.

Enfim, meus erros não pararam por aí. Eu queria muito que ela focasse nos estudos e na vida pessoal. Por isso falava para ela que era melhor ela não namorar – e só depois parei pra pensar que ela poderia pensar que eu falava isso por ciúmes! –, mas estudar e crescer pessoalmente.

Porém eu sou péssimo em me expressar. Eu uso as palavras mais erradas possíveis. Sim, eu usei uma das piores palavras para dizer para ela que ela ficar namorando qualquer um que aparecesse não era uma boa decisão para ela. Eu não vou dizer a palavra aqui, vou deixar a imaginação fluir. E sim, eu mais uma vez tive que pedir perdão. Nesse caso até o namorado dela interviu. Pedi perdão para ela – eu não gostava do namorado dela na época. Não que eu tivesse algo contra ele – aliás, eu falei pra ela enquanto namorávamos que ela deveria dar uma chance pra ele caso terminássemos. Mas ele não combinava com ela.

Aliás, algo interessante: quando nos mudamos, a família dela se hospedou em nossa casa para um evento importante. Adivinhem quem apareceu? Sim, o dito cujo. Tratei bem, como sugeri a ela que o tratasse. Mas aqui vou denunciar um erro grande: levar o atual namorado para a casa do ex sem avisar previamente. Eu sentia algo por ela? Não. Eu queria namorá-la? Não. Se ela estivesse solteira eu iria tentar reconquistá-la? Não porque eu já a havia conquistado. Porém é meio incômodo o cara aparecer sem avisar. Nossas famílias eram amigas, mas ele era um desconhecido. Minha ex podia dormir na minha casa pois tínhamos amizade; ele eu nem sabia o nome direito.

Enfim, meu erro neste caso foi me apressar em expressar o que pensava da situação. Minha intenção foi a melhor possível, mas eu usei uma palavra desgraçada pra me expressar que gerou um incômodo gigantesco. É como diz Provérbios 15:21:

A palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.

“E eu achava que eu era tão óbvia!”

E era.

Eu sou extremamente lerdo. E é estranho, pois sou muito observador. No entanto, eu consegui deixar passar algo tão óbvio diante dos meus olhos. Mas não foi apenas deixar passar: foi deixar passar com glória!

A menina gostava de mim. E demonstrava isso de todas as formas possíveis – do jeito dela, que também é o meu jeito. Eu sempre via os avanços dela como formas de demonstrar uma grande amizade. Meu irmão até chegou a dizer pra mim “Mateus, eu fui pra cidade dela e a primeira coisa que ela me perguntou sem nem dizer ‘oi’ direito foi ’e o Mateus?’”.

Eu pensei “que legal, ela lembra de mim”. E só isso. Não se passava pela minha cabeça que ela pensava em mim. Pensava pensava em mim. Só que pensou “ah, este é o irmão do Mateus, e como o Mateus é meu amigo, queria saber se ele está aqui”. Só para explicar bem: eu sou uma pessoa que se apega bastante. Se eu faço amizade e alguém próximo do amigo está por perto, eu dou um jeito de falar do amigo. Pensei que no caso dela era a mesma coisa. E aprendi da pior forma que não era.

Dois anos de amizade, estou conversando com ela sobre um amigo que apresentei para ela. Nada demais – esse amigo queria conversar com ela porque comentei sobre uma mulher que achava muito gente fina e muito sábia, e ele se interessou. Claro, havia interesse em amizade e em “amizade”, mas enfim… O ponto é que eu fiz os dois conversarem. E três meses depois pergunto para ela o que aconteceu com a conversa. Ela demonstrou desconforto e eu, inocente, pensei “poxa, ela ficou desconfortável porque achou que o cara só queria conversar para namorar!”. Então eu pedi para que ela me dissesse o que a incomodava. “O que mais me deixou chateada foi que você me apresentou um cara – que talvez quisesse algo mais que a amizade – sabendo que eu gostava de você”.

Meu queixo caiu. Dois anos e eu não percebi nada. Tentei me desculpar. No final das contas, ela perdeu o interesse.

Mantemos a amizade – até porque ela não resiste à minha gentefineza. E também temos gostos e ideias parecidas. De vez em quando brigamos, mas sempre nos damos bem depois.

A lição que vem disso tudo? Nunca apresente um amigo a alguém que pode talvez provavelmente com certeza estar a fim de você.

Castelo da Ilusão3

  • “Eu tenho que estudar, não vou namorar agora”.
  • “Não quero me machucar, por isso não posso sair com você”.
  • “Eu não sou madura para entrar num relacionamento”.

As famigeradas frases que podem até ser verdadeiras, mas não dá pra confiar muito quando a pessoa muda de opinião 60 vezes por minuto.

Eu poderia falar sobre essas três situações e como as mulheres falharam comigo nisso, mas eu gostaria de colocar a culpa em mim neste texto – até porque este texto é sobre meus erros, e não os erros dos outros. Quem sabe outro dia falo dos erros delas.

Qual seria o problema em confiar nessas palavras? Simples: elas não são confiáveis. A menina que me disse “tenho que estudar” começou a namorar no primeiro ano da faculdade – e inclusive o namoro atrapalhou os estudos, motivo dela “não querer namorar enquanto estudava”; a que me disse que não era madura para entrar num relacionamento estava lá se arrastando por caras que nem ligavam pra ela; e a que disse “não quero me machucar” me ignorou e até foi inconveniente ao rejeitar uma generosidade minha porque “estava com outra pessoa” – e se tem uma receita excelente para se machucar em relacionamento é desprezar quem te apoia e te ajuda mesmo que não tenha nada a receber da sua parte.

O ponto é aquilo que a Bíblia diz: “Maldito o homem que confia no homem4. As palavras confiadas, muitas vezes, não são confiáveis. E eu dei muito crédito para elas. Deixei de observar as atitudes, os desejos, as palavras. Aceitei as palavras como ela vieram ao invés de observar o que realmente estava acontecendo. Não percebi os sinais de que queriam, mas arrumaram a desculpa para que alguém viesse e dissesse “não se preocupe, eu vou te ajudar”. “Não ser madura” significava “não quero algo agora, por favor espere”. Tudo bem que num dos casos eu me propus a esperar e a pessoa apenas respondia “eu não sei se eu vou gostar de você”, o que era sinal óbvio de imaturidade. Porém ela queria se envolver com alguém, só precisava ter a garantia de que isso a tornaria mais madura emocional e pessoalmente.

E eu sei, o texto de Jeremias 17:5 não fala exatamente desta parte da palavra humana, mas faz o contraste com a palavra divina. E este é um dos pontos nos quais a palavra divina é perfeitamente confiável: aquilo que Deus diz é referente à sua pessoa. Deus se conhece perfeitamente, então tudo o que ele diz corresponde ao que ele é em perfeição. Nós não nos conhecemos perfeitamente. Portanto aquilo que falamos não é perfeitamente confiável. E eu aprendi a não prestar mais tanta atenção nas palavras.

O que se aprende disso tudo?

Pare de errar. Sim, Deus perdoa. Eu creio num Deus que perdoa os nossos erros e nos ajuda a crescermos e alcançarmos algo que nós nunca imaginaríamos que iríamos alcançar. Portanto, é importante confessarmos no que erramos. Evitar justificar.

Aliás, procure neste texto algum momento em que eu me justifiquei. Eu tive minhas causas para errar, mas em nenhum momento eu amenizei meus erros com uma justificativa. Eu apenas confirmo que errei. E sabendo que errei, eu posso caminhar para o acerto.

Agora eu sei que devo ser grato quando alguém se propõe a me ajudar. Que devo respeitar aqueles que me conhecem quando dão um conselho, uma sugestão ou uma orientação. Que devo respeitar amigos e não me deixar levar pela ira. Que devo ter sempre em mente a justiça e evitar imputar mal caráter a alguém que não conheço nem a índole nem as atitudes e ações. Que devo procurar palavras melhores para me expressar. Que devo ser mais sensível aos sentimentos e tratamento de outra pessoa. Que devo parar de prestar atenção no que me dizem e prestar mais atenção naquilo que não me dizem.

Posso continuar errando? Às vezes eu ainda erro nessas coisas. Porém é importante pensar que eu quero errar cada vez menos. Eu não quero aprender outras lições da mesma forma que aprendi estas lições. Sim, errando se aprende, mas eu gostaria de ter aprendido isso sem precisar errar. E você que lê este texto pode fazer isto. Você não precisa cometer os mesmos erros que eu cometi para aprender. Você tem as lições diante de você. Eu errei e aprendi. Aprenda e não erre.


  1. Ef 6:1 ↩︎

  2. Mt 5:22 ↩︎

  3. Referência ao jogo do Mickey Mouse lançado para Mega Drive chamado Castle of Illusion starring Mickey Mouse no qual Mickey deve coletar 7 pedras preciosas para evitar que Mizrabel crie uma ilusão na qual ela é Minnie Mouse e Minnie Mouse é vista como uma mulher má. O que tem a ver com o texto? Lide com as ilusões para enxergar a verdade e evitar que você e outros vejam a realidade distorcida. ↩︎

  4. Jr 17:5 ↩︎

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